Ter boa relação com os colegas e acesso a recursos e ferramentas que tornem seu trabalho mais eficiente são os pontos mais bem avaliados por profissionais brasileiros quando eles analisam a qualidade de vida em seus atuais empregos. O reconhecimento da companhia, a chance de crescimento pessoal e a atenção dada à saúde dos funcionários são, por outro lado, os aspectos em que os empregadores mais deixaram a desejar. Os dados são da empresa de benefícios Sodexo, que coletou informações de mais de nove mil brasileiros de todas as regiões do país ao longo de 2017 para compor um índice de qualidade de vida no trabalho.
A nota geral quando considerado todo o ano passado foi 6,5, resultado de um ligeiro aumento entre o primeiro trimestre (5,8) e o último (6,4). Com nota máxima 10, o índice é composto pela avaliação de elementos como o ambiente físico, crescimento pessoal, interação social, bem-estar e reconhecimento. Segundo Fernando Cosenza, diretor executivo de sustentabilidade da Sodexo Benefícios e Incentivos, o incremento ao longo de 2017 se espalhou por todos os pontos, o que reflete uma melhora na percepção e no humor do brasileiro quando o assunto é ambiente de trabalho.
Os elementos relacionados à interação social – como o respeito recebido na empresa e a boa relação com a equipe e com o chefe – registraram as melhores avaliações. Tiveram níveis de satisfação mais altos também pontos relacionados à eficiência e ao ambiente de trabalho – como qualidade e conforto do local, segurança do trabalho e ferramentas tecnológicas disponíveis. Para Cosenza, o brasileiro costuma relacionar qualidade de vida no trabalho com questões de saúde, bem-estar e dimensões ligadas ao ambiente físico e à segurança do trabalho – aspectos muitas vezes regulados por lei e que já estão na agenda das empresas há mais tempo. “Já questões mais humanas, qualitativas e subjetivas da relação do empregado com o empregador estão menos consolidadas”, diz.
A possibilidade de chegar a cargos mais altos, os benefícios recebidos além do salário e a disponibilidade de oportunidades e treinamento para avançar na carreira são alguns dos pontos que obtiveram menor índice de satisfação na pesquisa. Também receberam notas baixas, na visão dos brasileiros, a preocupação do empregador com a saúde física e mental do funcionário e o tempo disponibilizado para descanso entre jornadas. Na visão de Cosenza, esses são aspectos que afetam a qualidade de vida no trabalho, o que se relaciona diretamente com a produtividade. “As empresas precisam ir além do que elas fazem no aspecto tecnológico e investir também nesse lado humano da qualidade de vida, porque esse é um aspecto de forte geração de engajamento, que é uma característica que define o nível de produtividade”, diz.
Via Valor Econômico